domingo, 30 de agosto de 2009

Poetas

O Museu da Voz

O afã
de resguardar os tempos
para além da fugaz memória,
numa amplidão sonora legada
à posteridade.


A consciência
de que o homem/nação
se constrói de estórias/histórias
ação cumulativa cultural transformadora.


O aprendizado
da valorização das raízes,
múltiplas vozes/vidas humildes
descerrando trilhas alternativas,
na gênesis árdua do amanhã.


O exercício
da pesquisa/garimpo buscando reter
do artista a arte
do contestador a luta
do poder a obra
sob a chama implacável do devir.


O sonho-ave
de alcançar o tempo ido
sem máquina ou nave,
de restaurar o esvaído,
de retornar infindo na constelação
o brilho/luz do astro findo.


Sendo o próprio Jorge Caleiro, autor dos versos acima reproduzidos, um poeta em vias de lançar seu primeiro livro, o Museu da Voz cultiva a poesia brasileira com carinho e esmero.

Nossa coleção na área contempla virtualmente tudo o que foi lançado no Brasil em disco (LP e CD), com destaque para os álbuns duplos de Vinicius de Moraes e de Carlos Drummond de Andrade, os celebrados LPs do selo Festa e notáveis gravações como a dos Jograis de São Paulo (com Rubens de Falco e Armando Bogus), de Juca de Oliveira e do saudoso Paulo Autran recitando poemas.
Mas há muito mais a explorar nesse tereno em nosso acervo.

Por falar em Autran, oferecemos também um bom número de gravações históricas de peças de teatro, destacadamente o "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flávio Rangel (com o próprio Autran), a premiada montagem de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Mello Neto, com músicas de Chico Buarque, o "Arena conta Zumbi" de Augusto Boal, com trilha sonora composta por Edu Lobo, e, entre outras opções, o "Opinião", reunindo Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão.




Paulo Autran recita "Poema de Sete Faces", de Drummond.

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